ALMA DE POETA


Apaixonada minha alma se amotina.
Inconformista, rebelde,
Sem cadeias, nem correntes,
Erra, divaga, inflama-se
E desatina.

Num momento,
Exuberante, ri-se, estouvada.
Para, logo em seguida,
Quedar-se melosa e enamorada.

Depois,
Depois, num tormento,
Arde, agita-se,
Rebela-se e grita.
Deprimida, gela,
Chora e petrifica.

Alma de Poeta
Os ventos a levam à deriva.
Inconformada e rebelde,
Grita, corajosa, contra a injustiça e o desamor.
Apaixonada, vibra, enrubesce, 
Lânguida e sensual, toda se agita.
Não recusa uma luta,
Não aceita a derrota.
Ama e vibra.
Numa fúria apaixonada,
Não vive na sombra,
Não cala a desdita,
Não amordaça a agonia.

Enleva-se nas águas calmas.
Revela-se no amanhecer,
No pôr-do-sol e nas noites de luar.

Dança e revolteia,
Em harmonia,
No transe da melodia.

Ama, vibra,
Extasia-se
Quando apaixonada.

Nada lhe é indiferente
Tudo vive.
Tudo sofre.
Tudo sente.
Tudo vê.
Tudo pressente.

Sintonia, Alma e Natureza
Campos verdes, floridos,
Rios e mares.
Tardes de sol e luar.
Montanhas, planicies
E árvores seculares.
Voos a pique de aves em liberdade.
Cascos potentes, rugidos, miados ou latidos.
Vozes infantis e sorrisos.
Beijos voluptuosos, orgasmos majestosos. 
Todas as lutas, todos os medos, todas as loucuras,
Todos os lamentos, todas  as injustiças, todos os sofrimentos. Todos a minha alma sente.

Poetisa, não por escolha,
Mas, por desígnio alheio
Escrevo tudo o que sinto.
Nas malhas do meu enleio.

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